Presente de natal antecipado: De Starr, para fãs!

Um bom post depende de um bom fato e dispensa qualquer "encheção" de lingüiça. O fato que tenho já é bom por si próprio, o que me poupará tempo e palavras, o que nesta época do ano valem muito!
O que acontece é que: Ringo Starr postou hoje em seu canal noYoutube, um trecho de 'Walk With You'. A música que faz parte do álbum 'Y Not' - com lançamento previsto para janeiro - , conta com a ilustríssima participação de seu amigo e ex-companheiro de banda Paul McCartney nos vocais.

Seria o primeiro projeto realizado entre os dois últimos Beatles em mais de 10 anos. Faz um pouco mais de 15 horas que o vídeo está no ar e já teve 1216 visualizações.

Então, está esperando o que para desembrulhar o presente?




Peace and Love Ringo! And have happy christmas and new year... Love you.

Hole vai voltar!!!!!!

“Nobody’s Daughter” (Filha de ninguém) será o nome do novo álbum do Hole. Isso mesmo, do Hole! Sete anos após o fim da banda da “eterna viúva” de Kurt Cobain (eu realmente não gosto da idéia de nunca ter escrito nada sobre o Nirvana e estar citando aqui, pela primeira vez, o nome do Kurt), Courtney Love finalmente anuncia que uma das maiores bandas de (quase) meninas da década de 90 voltará em grande estilo. E ainda com disco novo e músicas inéditas!



A notícia ruim é que (obviamente) a banda não contará com sua formação original: Melissa, Courtney, Patty e Eric. O único ex-membro que voltou para o grupo é a baixista Melissa Auf der Maur, que está preparando seu segundo disco solo, então provavelmente só acompanhará a banda em turnê. Micko Larkin entrou no lugar do guitarrista Eric Erlandson. O novo baterista ainda não foi divulgado, mas ainda espero que Patty Schemel também volte.



Sem data prevista de estréia, o novo álbum é resultado de quatro anos de trabalho solo de Courtney. Foram 3 produtores, 4 estúdios e um incontável número de músicos. Em junho, a cantora decidiu que o álbum não seria mais um disco solo e sim um novo disco do Hole.

Esperado para o início do ano que vem, trará músicas compostas em conjunto com o lindíssimo Billy Corgan, do Smashing Pumkins, e com Linda Perry, do 4 Non Blondes. A produção é feita por Michael Beinhorn, a mesma do disco “Celebrity Skin” (1998).

Em entrevista ao NME, a cantora diz que o álbum foi inspirado em “Blood On The Tracks” de Bob Dylan, e “Diamond Dogs”, de David Bowie. Adiantando que vem coisa boa por aí.

Seguem abaixo dois vídeos de Courtney e Micko falando sobre a volta do Hole. No segundo ainda dá para ouvir um bom trecho da música Samantha (que terá participação especial de Corgan na guitarra).




Smashing Pumpkins libera seu novo trabalho para download

‘A Song for a Son’ é a nova música dos Smashing pumpkins e foi lançada exclusivamente pelo site Spinner. É a primeira das 44 faixas do novo projeto da banda “Teargarden by Kaleidyscope” que serão disponibilizadas, uma de cada vez, no site oficial da banda.


O vocalista Billy Corgan diz que escreveu a canção em uma onda de inspiração, compondo seus princípios em apenas 15 minutos ou menos. Em entrevista para o site Spinner ele diz que “Tem uma relação com o fato de não ter filhos e a reflexão do porquê não ter um. E tem também certa conexão com a relação com meu pai – mas isso não é evidente. Não me propus a escrever isso. Simplesmente rolou para fora de mim.”

A banda sempre andou por caminhos opostos ao do sucesso comercial. E nesta atual onda de pirataria, nada mais inteligente que disponibiliza-las gratuitamente em seu próprio site.

Para quem estiver interessado na versão física do álbum, as faixas serão fragmentadas e integradas em 11 EPs com quatro músicas cada. A banda já revelou a lista de faixas do primeiro deles: "A Song for a Son", "Astral Planes", "Widow Wake My Mind" e "A Stitch in Time".

Novidade para os fãs: Segundo Corgan, a banda deve fazer uma turnê mundial em 2010 para apresentar as músicas do novo projeto.

Ouve aqui a nova música do Smashing, 'A song for a Son'

Dub FX inova em suas músicas

Confesso que são raras as vezes em que abro algum link que me mandam por msn. É a amiguinha da sua irmã pedindo para entrar na comunidade que fizeram para ela, seu amigo pedindo para dar uma força e votar na banda dele, alguma amiga mandando uma música de uma nova banda que acha que é sua cara, sua prima pedindo para comentar numa foto do fotolog e etc...

De maneira geral, tenho preguiça de entrar para ver qual é que é a do link. Mas hoje, possuída por uma sede ávida de novidade, não me limitei negando dar uma chance quando um amigo chegou e disse 'olha mari, tem esse link aqui e garanto que voce não vai se arrepender de assistir.'

                 

Deixei o Youtube carregando por alguns minutos, e dei play. Aparece um cara segurando um microfone em uma praça pública qualquer com alguns poucos espectadores. Tudo começa com Beatbox, ecos, camadas sonoras...... Mas são apenas dois minutos depois que tudo acontece. Ele começa a cantar. cara, QUE voz. 
Apartir dai fui procurar saber mais, e daqui a pouco era eu mandando o link para todos meus amigos. Pelomenos ninguém reclamou!

O cara do vídeo é o australiano Benjamin Stanford, ou Dub Fx. Ele roda pelo mundo em seu furgão colorido, parando na primeira praça pública que encontrar para mostrar sua arte.
É completamente independente, seu material de trabalho não é nada mais que sua performance ao vivo - que é divulgada na base do 'boca em boca' no mundo inteiro, principalmente na Europa, - além das redes sociais da internet, que contribui com uma gratificante parte de seu reconhecimento pelo mundo afora. Utiliza pedais de efeito e loops. Sua principal influência é Bobby McFerrin.
Definir sua música em algum gênero, é quase que impossível. Pois nenhuma faixa se compara a outra. Me arrisco a dizer que é alguma coisa parecida com dub, meio hip hop e bem próxima de um reggae psicodélico.

Graças a sua espantosa criatividade e originalidade, Dub Fx sem dúvida nenhuma é uma das maiores inovações dos últimos anos!

Bandas enchem Hangar 110 no feriado prolongado

Show no Hangar 110 30/10/09

Apesar de véspera de feriado, a casa estava lotada. Nenhuma novidade, já que Gloria no hangar sempre foi sinônimo de casa cheia.

Quem abriu foi a banda Lex Level. Com um pouco mais de 2 anos de estrada, já vem chamando a atenção no meio. Abriram com a música ‘Vitória’ seguida de ‘Sobrevivendo’, contando sempre com uma introdução eletrônica. Tiveram a participação especial do Vini, vocalista e guitarrista da banda Believe na música ‘Saphira’. Mas foi na ‘Meu Abismo’ que a galera levantou, pulou e cantou junto. Depois tocaram ‘O que não fui’, ‘Direção’ e fecharam com a música inédita ‘A mensagem’. Destaque para o batera Luigi que foi muito bem elogiado.

Depois foi a vez da banda Project 46. Com uma insana performance de palco abriram com ‘Wake Up’. Continuavam na mesma pegada de berros da banda anterior, mas com um som mais pesado, com poucas melodias e letras em inglês. Lembrando bastante o som do Slipknot. Depois tocaram ‘If you want’. O vocal Caio mandou a roda abrir e puxou ‘Feel that', com uma roda gigante e o maior bate cabeça da noite. Quebrando a baqueta na última batida da música, fecharam com ‘Tomorrow’, música nova da banda. Aquecendo o público que aguardava ansiosamente pelo Gloria.

Dando continuidade ao show, o João do Gloria sobe e apresenta a próxima atração, Doncesao  e 360 graus Crew. Tiveram uma grande receptividade do público, com músicas diferentes daquele estilo o qual estamos acostumados a ouvir no hangar. Até roda rolou no rap. Pouco depois Elliot e Peres sobem e cantam junto. A casa enche cada vez mais, o calor é infernal e os gritos não cessam. No final do show Doncesao faz uma dedicatória ao Mi do Gloria.
As cortinas se fecham novamente para a troca de palco, agora sendo preparada para os donos da festa. O calor era tanto que algumas moiçolas até tiraram a blusa.

São exatamente 22:30 quando Gloria sobe no palco de forma explosiva deixando a platéia enlouquecida. A introdução ficou por conta de ‘New Noise’, mandando na seqüência ‘Anemia’, ‘Quando tudo terminar’, ‘Tirar você de mim’ e ‘Vai pagar caro por me conhecer’, primeira música do novo CD.

“Levanta o dedo ai, ou você curte Gloria ou curte Cine!“, foi o necessário para puxar o uníssono coro  "Hey cine, vai tomar no c...!"que durou uns bons 5 minutos.


Seguido  de ‘É só você lembrar’ e ‘Inimigo do tempo’ música com parceria do Coala do Hateen.
Quando o Mi manda abrir a roda, puxa ‘Bodas de sangue’, a música que raramente é tocada em shows deixou a galera vibrando. Depois voltaram para completar o repertório do novo CD com ‘Agora é minha vez’, ‘Diferente de você’, ‘Minha paz’ e etc... Fecharam com ‘Asas fracas’ na minha opinião a mais style da noite, com aquela baixadinha sincronizada de cabeças que acho sensacional.

O quinteto paulistano mostrou que para alcançar o sucesso não é necessária nenhuma descaracterização do próprio som. Eles mostraram de onde vieram e que o espírito underground ainda continua vivo. Sairam do palco deixando aquele gostinho de alma lavada e de dever cumprido!

Banda de ska californiana faz show em São Paulo

Matt Embree (voz e guitarra), Steve Choi (guitarra, teclado), Joseph Troy (baixo e voz) e Christopher Tsagakis (bateria) formam a banda de ska RX Bandits, criada em 1996 num dos subúrbios mais agitados da Califórnia.
Com sua primeira passagem pelo Brasil, após show no Rio e em Criciuma, chegam em São Paulo invadindo o hangar 110, dividindo palco com bandas como Sapo Banjo e Esquisitossomos. Matt dedicou esse show á sua cadela Cali que havia morrido enquanto ele estava em turnê.
Tocaram algumas músicas do cd "Mandala" e várias outras do último cd da banda "And The Battle Begun", apenas uma do album "Progress" e umas outras do "Resignation". Abusando um pouco da versatilidade e dos improvisos, soltaram um cover " The Ocean" do Led Zeppelin e fecharam a noite com "Only for the night" com o público cantando em coro.

Sou até suspeita para falar, é um som altamente viciante e eu recomendo! Para quem ainda não conhece a banda, vale a pena conferir: http://www.lastfm.com.br/music/Rx+Bandits





"Society creates symptoms:
The system medicates them
(there is no progress in a cure,
they’ve got their eyes on the return
it came from our own hand
to squeeze the last survivor)"

A culpa é de quem?

Sexta-feira. Depois de trabalhar a semana inteira, não vejo a hora de voltar pra casa. Conto os minutos para dar meu horário de ir embora do estágio. Quando os ponteiros do relógio finalmente apontam, o maior pro doze e o menor pro cinco, levanto da cadeira, me despeço dos colegas, coloco um fone no ouvido e em dias comuns, ligo meu mp3: Vou pra casa feliz escutando Mastodon, Protest the Hero, Black Tide... Mas acontece que como toda estudante de jornalismo sou obrigada a ouvir rádio. E mesmo contra minha vontade (não gosto de rádio, porque não aceito e nunca vou aceitar a forma como as rádios lidam com as bandas e suas músicas - mas a explicação disso fica pra um próximo post) em dias atípicos eu volto pra casa ouvindo o sinal FM. 

Nessa sexta me arrependi de ter feito isso logo no momento em que liguei o tal do rádio: nos cinco primeiros segundos escutei “Sempre com o cartão do pai compra tudo e se distrai”. Dei aquela leve suspirada como quem diz ‘puuutz’ e coloquei nas minhas músicas (providencialmente estava tocando Sold my Soul, do Zakk Wylde, até achei que fosse Deus querendo me mandar alguma mensagem) e comecei a me indagar sobre umas questões que julgo importantes. 

A música em questão era do Cine, uma banda que tem no máximo um ano e meio de estrada. Com uma carreira pequena (e graças ao apoio inicial de outras bandas bem maiores) o Cine teve sorte ao assinar com a Mondo, uma produtora que organiza shows e lança seus artistas pela Universal Music. Com o contrato recém-assinado, o Cine abriu shows do Jonas Brothers e do McFly. Apesar da proposta das três bandas para mim parecerem iguais (no estilo boy band, rebolando e pagando de paquito) o Cine abriu esses shows simplesmente porque a organizadora era a Mondo – e não porque eles eram bons, de fato. Foi aí que a merda começou: as crianças fãs de McFly e Jonas Brothers - graças aos programas de tv, internet e toda essa tecnologia que as vezes atrapalha muito mais do que ajuda (se você acha que não tem nada de errado com as crianças de hoje em dia, por favor clique nesse link: http://www.liveleak.com/view?i=617_1252006591) - abraçaram a ideia. Agora é normal um cara se dizer rockeiro e gravar um cd com tanto efeito na voz que faz parecer um robô. Agora é normal uma banda tocar em um festival de rock e usar instrumentos sampleados para ‘melhorar a performance’. Agora é normal uma banda se preocupar muito mais com a roupa que usa, a imagem que passa, do que com a própria atitude em relação à música. 

E aí eu fico pensando... A culpa disso é de quem? Da indústria fonográfica, que parece desnorteada ao escolher algumas bandas que fazem sátira ao nosso gosto pra integrar o mainstream brasileiro? Das bandas, que não se preocupam em buscar boas referências? Dos pais, que parecem ter esquecido de ensinar algumas coisas para os filhos? Dos organizadores de shows, que se vendem e abrem espaço pra um monte de banda ruim? Ou da própria população, que passivamente aceita e escuta qualquer coisa que lhe é ‘imposta’?
A verdade é que, no meio de tanta bagunça no cenário musical, cabe a nós, apreciadores de uma boa música, exigirmos qualidade.


O underground paulista tem muita banda boa: o metal do Project 46; o Rancore, que faz um rock contemporâneo, mesclado com hardcore e letras engajadas nos atuais problemas da sociedade; o Eu Serei a Hiena, banda instrumental que segue a linha do rock matemático e muitas outras que terão seu espaço neste blog.
O mainstream, que já deixou dúvidas, agora tem o Gloria, que mistura o rock pesado, com berros e guitarras na levada do metal e melodias românticas, provando que nós brasileiros temos sim muita maturidade musical.
Rock que é rock faz você sentir o seu sangue correndo, é espontâneo, é autêntico.

Finalizo aqui com um apelo: Vamos ouvir músicas boas! "Uôô-ô-ôôôôô" não é nada além de pobreza musical.

Era boa na época da garagem...

 A frase descreve um sentimento nostálgico, mas quem já não constatou amargamente que o sucesso acaba com a  qualidade de várias bandas? Na fase garagem o som era melhor, as letras mais inteligentes e os integrantes não usavam o corte de cabelo da moda, exato, esse com a franja de lado, quase encobrindo a visão. Não vou citar exemplos neste post, numa próxima oportunidade discutiremos esse assunto com mais profundidade. 

Não defenderei nenhuma tese neo-comunista, as bandas precisam ganhar dinheiro, mas deve ser possível fazer isso sem cair no clássico de a "nova banda teen  do momento", tocando aquelas músicas cujo refrão é tão fácil de decorar quanto o último hit do axé baiano. Por trás da mudança, nem sempre positiva, por qual a banda passa estão as gravadoras que determinam quem será a grande revelação do ano. Claro, é necessário falar que o pessoal que vota nessas bandas como a melhor do ano também é culpado. Gosto é pessoal, mas às vezes a falta de critério na escolha é chocante.


Ainda existe esperança, tem muita banda boa por aí, portanto pessoal cuidado: pois nem tudo que reluz é boa música.

(des) Apresentação!

Lobotomia é uma intervenção cirúrgica cerebral onde os lóbulos frontais do cérebro são cortados e separados, utilizada em casos graves de esquizofrenia. Não que isso torne alguém menos 'louco', porém menos agressivo e mais apto à manipulação, capaz de acreditar e formar opinões idênticas a de todo mundo, forçado a cair no senso comum.

Passamos por um processo parecido de maneira sutil e constante. Somos submetidos à alienações, lemos e ouvimos exatamente as mesmas coisas. Aceitar sem criticar torna parte da realidade, já que não podemos mais pensar sem a intervenção de pensamentos alheios ou mesmo da mídia. Nossas opiniões são formadas sem percebermos.

Lobotomia SP foi criado por estudantes de jornalismo com o objetivo de discutir sobre a cena do rock e a indústria fonográfica. Partindo do nosso ponto de vista, traremos informações sobre shows, resenhas de CDs, artistas e as novidades do circuito.

Somos submetidos a uma lobotomia, lenta e progressiva pelos meios de comunicação e nem sequer percebemos!
Ficamos mansos. Fáceis de lidar.
E nem loucos somos.